• 4 dezembro, 2019

Cerca de R$ 160 bilhões. Esse é o prejuízo que a pirataria causou à economia brasileira somente em 2018. O valor foi calculado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) e Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). 

Esse número cresceu 14% na comparação com o ano anterior e se refere ao que a indústria e os órgãos de tributação deixaram de contabilizar durante o ano.  

Os estados mais afetados pela pirataria são São Paulo, pelo grande volume de comércio, Paraná e Rio Grande do Sul. Os dois últimos sofrem por serem as principais portas de entrada de contrabando e produtores de mercadorias falsas e piratas.  

A nível mundial, cerca de 2,5% do que é comercializado se trata de produtos falsos. O percentual parece baixo, mas o montante gira em torno de 1 trilhão de dólares. 

ONDE A PIRATARIA ESTÁ? 

Onde está a pirataria? É mais fácil tentar descobrir onde ela não está. É mais comum, principalmente no Brasil, pensar logo em CDs ou DVDs piratas, tênis ou camisas de marca falsificados que se encontram facilmente nos centros das cidades. Mas não é só aí que o problema se apresenta. 

Além de eletrônicos e roupas, parte dessa indústria ilegal é de produtos consumíveis, de bebidas alcoólicas a pesticidas. Um dos dados mais alarmantes talvez esteja com os remédios: a Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que 10% dos medicamentos comercializados no mundo são falsos. 

Pior que isso, o problema está longe de acabar. A Associação Internacional de Marcas Comerciais (INTA) e a Câmara de Comércio Internacional estimam que o valor deslocado pelas falsificações poderá chegar a US$ 2,3 trilhões até 2022. 

A missão de deixar a sua marca longe dos falsificadores não é fácil, mas a tecnologia está a seu favor. Dessa forma, abaixo algumas soluções serão apresentadas.  

DE ONDE VÊM AS FALSIFICAÇÕES? 

No Brasil, principalmente Sul e Sudeste, existem muitos produtos piratas vindos do Paraguai. No geral, porém, a resposta é curta quando se pergunta qual a origem da pirataria: China.  

Em todo o mundo, 84,5% de todos os produtos falsificados apreendidos eram originários da China – e Hong Kong. Isso gera um impacto de quase 300 bilhões de dólares. 

O sucesso da indústria de falsificação chinesa se deve, em partes, pelos altos lucros gerados por mão de obra barata e produção em massa. A facilidade logística proporcionada quando as maiores indústrias do mundo levaram suas produções para a China também colabora para esse sucesso. 

ENTÃO, COMO COMBATER A PIRATARIA? 

Um mercado crescente como esse parece difícil de ser parado. Então, o que é possível para combater a explosão de pirataria? 

O fortalecimento da legislação e fiscalização é essencial. Reforçar leis de Propriedade Intelectual (PI) é o primeiro passo e educar autoridades alfandegárias também é importante.  

Sem precisar depender desses “detalhes” controlados pelos governos e entidades regulatórias, as empresas começam a fazer sua parte. Alguns dos pontos são: 

  • Criar equipes que entendam como os falsificadores trabalham; 
  • Educar os departamentos responsáveis sobre onde empregar recursos contra a pirataria;  
  • Investir em serviços que monitorem ameaças e protejam a marca contra elas;
  • Fazer audições nos canais onde está presente. 

A falsificação nas plataformas online é grande parcela para o crescimento desse mercado. Portanto, travar uma guerra também digital contra ela é a solução. Tecnologias como a Robotic Process Automation – RPA conseguem monitorar e eliminar produtos falsificados da rede. Com aplicações de inteligência preditiva e machine learning, os sistemas se tornam mais assertivos e, aos poucos, acabam com a atuação ilegal.

Essas tecnologias conseguem buscar os sites que vendem produtos na web utilizando as marcas desejadas e os monitora 24 horas por dia, sete dias por semana. Assim, caso não esteja em conformidade, solicita o bloqueio e a remoção dos links identificados como piratas ou irregulares. 

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